segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Outra Transição

E Deus disse: Faça-se Luz. E a Luz fez-se. (Genesis, 1,3)

Dizem os cientistas que estudam a  origem Cosmos que houve um momento “zero”, no qual tudo existia no ínfimo espaço de um átomo. E que nesse tudo, que ao mesmo tempo era nada, se concentrava toda a matéria do Universo com uma energia infinita e uma entropia nula. Era o paradoxo do Tudo e do Nada.

E, naquele instante, terá havido um “clique” que fez expandir a matéria e fez disparar o cronómetro universal. E foi então que começou a contagem do Tempo. A esse “clique”, os cientistas chamaram o Big Bang. E, a partir daquele singelo acontecimento, a entropia do Universo começou a crescer. Porque a entropia representa o tempo que é a lei da fatalidade de todas as coisas: que nos ensina que a casa que se desfaz e cai ao chão não voltará a erguer-se sozinha. E que a ave, imolada e depenada, não voltará a voar. Porque, tal como o tempo que nunca volta para trás, a entropia só pode crescer.

Ora, dizem que tudo isto se passou há uns 15 mil milhões de anos, em algum lugar. Mas que não era lugar nenhum porque o Espaço ainda não existia. E foi então, no momento do Big Bang, que começou o Tempo. Mas se o tempo começou nesse instante, então não existia o Antes, só existiu o Depois. E a existência de um depois sem um antes não faz sentido. Porque a nossa mente só consegue conceber o instante se houver um "antes" e um "depois". Por isso, o Tempo não pode começar nem acabar. E esse é o paradoxo do Tempo.


E quando se dá o clique para disparar o cronómetro surge a pergunta : Quem estava lá a mandar começar o tempo? Ou será que o tempo começou sozinho? É este o paradoxo da Criação! Pois, uma coisa não se pode explicar a si própria. Ou terá sido o "Acaso" que criou o mundo? Nesse caso, como escreveu o Eng. Armando Lencastre, ou somos filhos de Deus ou do Acaso.

Penso que cada vez mais pessoas, em todas as latitudes, adeptos de todos os credos, desiludidas com a religião "do sucesso", que marcou os anos sagrados do "capitalismo galopante", insatisfeitos pela falta de respostas, se voltam para o seu interior alertados por estes paradoxos, impulsionados pela angústia que eles provocam. Eu chamo à necessidade desta procura de respostas a Transição Interior.

Porventura as respostas não existem e tudo se resumirá a uma questão de Fé. Talvez se encontrem aqui os fundamentos de uma nova religião, e eu acredito que a Transição Económica que nos espera, não ficará completa sem esta outra!

1 comentário:

  1. Desde pequenina que pensava muito sobre isto...
    Agora, penso no mistério que terá sempre uma difícil e porventura inexacta explicação.
    Eu estou mesmo em Transição e tento que á minha volta, pensem sobre o assunto.
    Temos que olhar para dentro de nós, só assim, se consegue perceber o engano que está á nossa volta.

    Deixo esta petição para assinarem e divulgarem:

    Petição pela proibição do cultivo de variedades de organismos geneticamente modificados (OGM) na Região Autónoma dos Açores

    http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N9685

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