Em 1845 e nos anos imediatamente a seguir, viveu-se na Irlanda uma situação dramática que ficou conhecida na História com a Grande Fome. Ela foi o resultado de uma economia rural precária baseada na posse da terra pelos senhorios ingleses, pelo excesso populacional, pelo mau governo, e sobretudo pela peste da batata que atingiu o principal sustento dos irlandeses.
Nos anos da Grande Fome, milhões de irlandeses emigraram para a América, para o Canadá para a Austrália. E fizeram-no em condições muito precárias. Dos 100 000 irlandeses que viajaram para o Canadá em 1847, estima-se em um quinto os que morreram de fome e desnutrição durante a travessia. Outras fontes referem que atingir uma mortalidade de 30% em alguns dos navios que transportavam estes migrantes era coisa comum.
Para os irlandeses da época da Grande Fome, emigrar era a alternativa a uma morte certa, e, por isso, eles estavam preparados para correr todos os riscos. Como consequência desta emigração massiva, a Irlanda perdeu metade da sua população . Mas as cidades americanas e canadianas cresceram exponencialmente à custa destes emigrantes. De facto, eles ajudaram a fazer a prosperidade da América.
Aquilo que está a acontecer na Europa com os migrantes da África e do Médio Oriente - algo previsível desde há muito! - é um fenómeno de grande impacto económico e social e terá consequências muito importantes para o futuro do Velho Continente. A onda de migrantes não vai parar, antes pelo contrário vai aumentar. As pessoas que migram não têm condições de subsistência nos seus territórios de origem. Fogem à morte e arriscam tudo para chegar ao destino que imaginam salvador. Nada nem ninguém os vai deter.
Vamos ter de conviver com esta realidade e com as transformações que ela vai trazer consigo. A Europa vai mudar, e Portugal mudará também!
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