O gesto, a fala e mais tarde a escrita, terão sido as primeiras formas de comunicação na sociedade dos humanos. Ao comunicar com os seus semelhantes, o homem exprime-se e partilha conhecimentos, experiências e emoções, ordena, comanda, enfim, relaciona-se socialmente e é capaz de trabalhar em equipa. Através do discurso, um indivíduo pode dirigir-se a um grupo de seus iguais: o público. O teatro, a música, o canto, as narrativas orais, e outras formas de expressão artística, como a
pintura e a escultura, são formas primitivas de comunicação pública. Mais recentemente, o homem recorre a outros meios para comunicar com os seus semelhantes, nomeadamente a Imprensa, a Rádio, a Televisão e a Internet. São os meios de comunicação social.
A comunicação social moderna que utiliza os meios de massa, nasceu com Gutemberg e com a invenção da
imprensa. O documento impresso, multiplicado em grande número é o
primeiro mass medium capaz de veicular uma mensagem (rigorosamente a mesma mensagem!), simultaneamente a um elevado número de pessoas: o público alvo. Meio alvo e mensagem
são os três elementos básicos da comunicação de massas. A imprensa deu um grande impulso à globalização e teve um grande efeito social: permitiu imprimir a
Bíblia mas também as bulas de Lutero que estiveram na base da cisão da Igreja de Roma.
Com o aparecimento da imprensa criaram-se as condições para difusão
da ciência e da informação até essa altura guardada em manuscritos, em papiro ou pergaminho, nas bibliotecas dos conventos. Nasceu a literatura, no sentido com que hoje a entendemos. A circulação dos livros e dos folhetos criou, por sua vez, a
opinião pública. A nova forma de comunicar, facilitando a difusão de ideias nascentes, foi vista como perigosa, e a
edição de obras impressas passa a ser censurada e controlada. No mundo ocidental, o poder
das ideias era, no final do século XV, detido pela Igreja. E é a Igreja quem, em primeiro lugar, sente esse poder ameaçado. Processos como o de Lutero, de Galileu, e até a própria Inquisição são reações da Igreja ao alastrar incendiário de novas ideias difundidas pela imprensa ... A Renascença resulta desta nova capacidade de revisitar e difundir a filosofia
e o pensamento clássico. O grande desenvolvimento da ciência, o iluminismo, os enciclopedistas
são outras consequências da nova forma de comunicar...
O outro salto tecnológico que influenciou a comunicação, já no século XIX, foi a descoberta da eletricidade, do
telégrafo e das ondas hertzianas capazes de
transportar, sem fios, a distância, a voz humana (a rádio) e as imagens (a
televisão). Os dias da rádio difundiam a informação, criaram opinião, geraram movimentos sociais e políticos. Popularizaram a música e o teatro falado, criaram os artistas da rádio. A televisão mudou o mundo e, ao entrar nas nossas casas e participar no nosso quotidiano, alterou definitiva e irreversivelmente a nossa maneira de viver. A sociedade atual é a sociedade da televisão. Mas a Internet já está a alterar este paradigma.
A publicidade reforçou o poder e a influência dos meios de massas. Na sociedade de consumo da era industrial a publicidade prospera e é utilizada para construir a imagem das marcas. Esta é a época de ouro dos criativos como David Ogilvy, Bill Bernbach
nos Estados Unidos, Jacques Séguéla e os irmãos Charles e Maurice
Saatchi, respetivamente, em França e na Inglaterra. Constroem-se grandes
empresas associadas a estes homens, verdadeiros artistas da criação de
marcas.
A comunicação social integrou-se no sistema económico, e é hoje um próspero sector que emprega milhões de pessoas em todo o mundo. É um forte poder regulador de outros poderes: o económico, politico e judicial. Influencia-os e é influenciada por eles. É, pois, importante olhar com mais atenção para este sector para perceber o seu papel no mundo em transição. É o que tentarei fazer a seguir.
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